Não sou nem um pouco machista, pelo contrário. Alguns amigos até me acham uma feminista inveterada, daquelas que queimam o sutiã em praça pública. Mas uma coisa é certa: existem tarefas que jamais devem ser feitas por mulheres. Na verdade, nem por certos homens. Como, por exemplo, aqueles três bêbados que vieram me ajudar ontem à noite quando furou o pneu. Um deles se abaixou para ver o estrago e acabou rolando na grama. Tive que pedir para eles irem embora. Já estava com problemas demais e paciência de menos.
Aí eu fiquei pensando quem é que podia me salvar. Sim, porque me senti realmente incapaz de fazer qualquer coisa. Pensei em ligar para o meu pai, mas não achei que seria legal acorda-lo às três da madrugada para vir me socorrer. Ele ia achar que sou barbeira, ou que bebi demais. Não, não. Liguei para o Felipe, mas ele estava em uma festa, milhares de quilômetros distante de onde eu estava, e mais ou menos no mesmo estado alcoólico dos três bêbados. Liguei para o Bruno, que também estava bêbado em uma festa. Depois ele retornou.
Bruno – Carol, qual é a sua, hein?
Eu – Como assim?
Bruno – Por que é que você fica me ligando?
Eu – Desculpa, não devia ter ligado. Só porque eu fiquei meio desesperada, não tinha mais ninguém pra me ajudar. Desculpa.
Decidi ligar para a minha irmã. Ela também é mulher, mas uma vez me disse que tinha experiência em trocar pneus. Comecei a duvidar disso quando ela chegou e parou para olhar o pneu do carro que dirigia.
Isa – Ouvi um barulho estranho, achei que tinha furado também quando subi o meio-fio.
A sorte é que tinha um posto de gasolina por perto. Decidimos ir lá e perguntar se tinha como chegarmos em casa com o pneu daquele jeito.
Isa – E aí? A gente consegue chegar em casa?
Eu – Sim, ele disse que sim. Tava falando com o Bruno antes, ele veio me perguntar por que eu liguei pra ele. É que na quarta eu também liguei, tava muito triste, precisando conversar. Ele não é só meu ex, é meu amigo, foi meu melhor amigo durante um bom tempo, sempre me deu a maior força e...
Isa – Mana, por que você está contando essas coisas para o cara do posto?
Eu – Não tô contando pro cara do posto, tô contando pra você.
Isa – A gente pode conversar sobre isso em casa? Tô de shortinho, tá fazendo o maior frio e tá todo mundo me olhando.
Hoje de manhã, no telefone:
Bruno – Carol? Te acordei?
Eu – Não.
Bruno – Desculpa por ontem. Eu tava meio alterado.
Eu – Tudo bem. Me desculpa também.
Bruno – Posso só te falar uma coisa? Tudo bem você me ligar, mas não precisa ser só quando você está na pior. Nós somos amigos.
Eu – Tá bom, você tem razão.
domingo, 1 de junho de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
Woo hooo!!!
Isso ái gata, bem vinda ao mundo dos blogs!
Adorei todas!!!
ahuaha....essas cronicas de sex and the city heim.... auauahua. Mas olha na minha opinião esse papo de ex amigo...não dá muito certo, mas quem sabe vc não prova o contrário..... Bjs
Postar um comentário