quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Narizes

Todo mundo tem – ou teve – seus traumas de adolescência. Alguns são superados logo depois que a chatice típica da idade vai embora. Outros demoram alguns anos para deixar de nos atormentar. No meu caso, passei muito bem pelo “magrela” e pelo (pasmem!) “peituda”. O que até hoje ainda me atrapalha é o nariz.

Quando eu tinha 12 anos, infelizmente, algumas partes do meu corpo cresceram mais rápido que outras. Isso aconteceu com mais destaque para o nariz e para os braços. Assim, enquanto minhas amigas de escola esbanjavam as primeiras curvas aliadas a um rostinho de boneca, eu parecia um orangotango narigudo. Sem exageros.

Graças a Deus, o tempo foi generoso comigo e minha expressão se tornou mais harmônica. Eu até desisti de fazer a plástica no nariz, afinal de contas, eu sou assim mesmo e não tenho que agradar todo mundo. Mas confesso que sempre surge uma pontinha de tensão quando o meu nariz vira o centro das atenções.

Esses dias, no trabalho:

Chefe – O nariz da Carol é tão charmoso, né?

Eu – Ah, professor! O senhor tá de sacanagem!

Chefe – Não, tô falando sério! Você não acha, Bia?

Bia – Acho o que?

Chefe – Que a Carol tem um nariz bonito.

Bia – Ah, por favor...

Essa semana, na festa:

Cara – Vocês são primas?

Camila – Não, amigas mesmo.

Cara – Ah, é que vocês se parecem.

Eu – Todo mundo diz isso.

Cara – Hum. Vocês têm ascendência italiana?

Camila – Por que?

Cara – Ah, por causa do nariz...

Camila – Peraí, você tá dizendo que o meu nariz é feio?