quarta-feira, 11 de junho de 2008

O Pólo Norte é aqui

Tenho um problema sério de pé frio. Não se trata de má sorte, não. Estou falando de pé frio mesmo, gelado. Para o meu pé ficar quentinho, só mesmo no alto verão, ou depois de uma caminhada ou de um banho quente. E o ruim é que eu não consigo dormir sem estar com o pé quente... não adianta só colocar uma meia. Às vezes eu levanto da cama e vou no chuveiro só molhar o pé. Tudo por uma noite agradável de sono.

Na verdade, eu sou uma pessoa que sente muito frio, mais do que o normal. Não consigo entender como eu “sobrevivi” tanto tempo lá no Sul, sem calefação e um banheiro bem aquecido na hora de tomar banho. Mas aqui estou, na cidade da seca, onde o sol brilha todos os dias. E mesmo assim, quase todos os dias, tenho a sensação de que moro na Sibéria.

Isso porque sento na reta do ar condicionado. Fico de costas, mas o vento glacial que sai daquele proliferador de fungos congela até a minha espinha, faz até meu cabelo voar. Pois é, o maravilhoso ar condicionado que deixa o ambiente levemente refrigerado para os meus colegas de trabalho, me deixa com as mãos roxas de frio. Imagine os pés!

Não sou a única que sofre com a frieza da sala. Eu e mais uns três ou quatro desafortunados já montamos um verdadeiro arsenal de guerra para sobreviver às horas em que o ar tem de ficar ligado. Casacos, capuzes, cachecóis, até luvas. Mas chega uma hora em que nem todos os tecidos do mundo são capazes de manter a concentração. Eu já me conformei, mas o Dalcin, um sujeito inquieto, assume a liderança e briga pelo nosso não congelamento.

Hoje, antes das 17h30:

Virgínia – Cara, a gente tá parecendo um monte de esquimós. A Luana, então, tá demais com esse capuz!

Dalcin – Nós não somos esquimós, somos apenas humanos e sentimos frio. Quer saber? Vou desligar essa merda.

Cheio de atitude, o Dalcin foi lá e desligou o ar condicionado. Uau, que coragem. Ainda faltava meia hora para a gente se libertar do frio glacial.

Dalcin – Carol, agora você abre as janelas.

Eu – Eu? Eu não vou abrir. Vai todo mundo perceber que a gente desligou o ar antes da hora. Abre você. Não quero me envolver em mais uma discussão sobre isso.

Pode me chamar de covarde. Mas eu achei meio injusto que ele apenas apertasse sorrateiramente o botãozinho e eu tivesse que abrir as janelas da sala. Na frente de todo mundo, inclusive do chefe, que foi mais do que categórico ao dizer que o ar vai ficar ligado durante a tarde. E ponto final.

2 comentários:

Virgínia Soares disse...

Passei a me sentir importante agora!!!!hauauahuaha....

Bjs

Paulinho Mesquita disse...

AUhaUhauaHuahauahaUaH

Bem vinda à estação especial de comunicação da Antártida!!

Aqui no pólo norte também faz frio...