quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Homem xis Mulher

Esses dias, no almoço:

Eu – Ai, comprei uma coisa tão legal hoje!

Ele – O que é?

Eu – É um acessório!

Ele – Acessório? Como assim?

Eu – Ah, você nem vai achar tão legal assim. É um lenço.

Ele – Lenço? Tipo um babador?

Eu – Claro que não! Você acha que eu preciso de um babador?

Ele – Ah, às vezes, quem sabe...

Eu – Deixa de ser ridículo. Olha só como é lindo o meu lenço.

Com a autoridade de um estilista, ele pegou o lenço como se fosse uma fralda. Usada.

Ele – Parece uma toalha de mesa de pizzaria.

Bom, de fato, lembra um pouco.

Eu – Mas é palestino!

Ele – Então quer dizer que na Palestina tem pizzarias como as nossas.

Eu – Ótima constatação.

Alguns minutos depois.

Ele – Eu também comprei uma coisa bem legal hoje. Você quer ver?

Eu – Quero.

Dentro da caixa, tinha um quadradinho preto. Podia ser um conjunto de maquiagem ou uma bomba. Vai saber.

Eu – O que é isso?

Ele – É uma gavetinha de HD.

Eu – Ah. Para quê serve?

Ele – Para colocar um HD externo e plugar no computador.

Eu – Hum. Interessante. Muito funcional.

Ele – É. Mais do que o seu lenço palestino.

Eu – Sem dúvida. Mas eu vou ficar muito mais elegante com o meu lenço do que você com a sua gavetinha de HD.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Nomes

Essa já aconteceu com todo mundo.

Esses dias, no samba:

Ela – Oi, Carol! Tudo bem?

Meu Deus. Quem é essa menina?

Eu – Oi! Tudo e você?

Calma. Faça uma pesquisa em seu cérebro. O rosto é familiar. Pelo menos isso.

Ela – Tudo bem! Quanto tempo, né?

Hum. Tempo. Bom, não é de agora.

Eu – Nossa, muito tempo mesmo.

Faculdade? Não. Amiga do Bruno, talvez? Não, acho que não. Ai.

Ela – E você? Ainda está trabalhando em redação?

Ótimo! Uma pista. Ela deve ser de algum dos meus estágios.

Eu – Não, agora eu estou lá na assessoria da UnB.

JB? Não, se fosse eu lembraria de cara. Rádio, Jornal de Brasília... talvez.

Ela – Legal. Eu estou ralando em um jornal novo aí.

Isso! Lembrei!

Eu – Ah, massa que você ainda não “desistiu” da profissão.

Ela – Desisti, não. Mas é difícil, viu...

Eu – É, eu sei. Bom, eu vou indo lá pegar uma bebida. Bom te ver, Fulana.

Ela – Bom mesmo! Tchau!

Duas semanas depois encontrei a mesma menina em um bar.

Eu – Oi, Fulana! Tudo bem?

Ela – Oi, Camila! Tudo, e você?

Eu – Er... Tudo jóia. Tá com quem aí?

Ah. Deixa pra lá, né. Se eu consegui evitar a saia-justa uma vez, não custava fazer isso de novo.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Virgínia

Acho que eu devia dar um crédito à Virgínia nesse blog. Para quem não sabe, a Virgínia é a colega de trabalho que senta na minha frente. Ela é designer, tem um coração de ouro, idéias ótimas. Mas é também dispersa ao extremo.

A Vi não consegue manter a dieta, estuda para concurso e comenta todas as manchetes bizarras da Globo.com. Ela é aquela pessoa que você jura que fuma um baseado todos os dias de manhã, mas que não saberia identificar se visse um. Enfim, uma fonte inesgotável de inspiração.

A pérola de hoje foi sobre um encontro com a turma dela do segundo grau.

Vi – Eu não vou a esse encontro com a minha turma de segundo grau.

Eu – Por quê?

Vi – Ah, porque sei lá.

Eu – ?

Vi – Ah, é porque no segundo grau eu era meio loser, sabe?

(Outra coisa sobre a Vi: ela adora usar expressões em inglês.)

Eu – Loser como, Vi?

Vi – Ah, eu não era da galera popular da escola.

Eu – Entendi. Mas o que isso tem a ver? Você acha que as pessoas vão continuar te achando looser?

Vi – Não. Mas as pessoas vão ficar analisando. Tipo, vão querer saber se eu estou bem sucedida, se eu casei...

Eu – Ah, e você tem medo de falar da sua vida? Que bobagem, Vi. Pode ser que você tenha ex-colegas empresários, ex-colegas que casaram e tiveram filhos... Todo mundo é diferente. Você tem que ser mais auto-confiante.

Vi – É, eu sei.

Eu – Você pode não estar trabalhando no lugar dos sonhos, fazendo as coisas mais legais, mas você está fazendo alguma coisa.

Vi – É isso aí! Eu vou nesse encontro sim! Uhuuuu!

Dois minutos depois:

Vi – Tá, Carol. Mas como eu faço para aumentar minha auto-confiança?

Cinco minutos depois:

Vi - Carol, você vai comigo na minha reunião do segundo grau?

domingo, 2 de novembro de 2008

Figura de linguagem

Esses dias, na festa:

Ele – Você me deixa de cabelo em pé!

Eu – Ah, tá. O nome disso é cabelo agora...