Nunca entendi direito essa história de que as pessoas de Câncer têm o dom da família. É como se, só pelo fato de ter nascido em julho, eu tivesse a vocação da maternidade. Claro que eu quero ter filhos, mas, ao contrário de muitas amigas que não são de Câncer, não me imagino gestando, amamentando, mantendo uma prole toda sob controle. Esse sonho cor de rosa não passa nem perto do que quero pra mim. Pelo menos por enquanto.
Pensando bem, quero muito ter filhos. Só para um dia ser tocada por essa coisa generosa que todas as mães têm. É incrível, elas conseguem ser compreensivas, pacientes. Totalmente braços abertos.
Há mais ou menos duas semanas, na casa da Ana Clara:
Tia Cláudia – Carol, vou te falar uma coisa: sabe quem vai ser o homem da sua vida?
Eu – Não, tia... Nem tô muito preocupada em saber no momento.
Tia Cláudia – Vai ser alguém com quem você goste de conversar. Talvez seja aquele seu amigo que você nunca deu a menor bola. Porque, no final, o que realmente importa é o companheirismo.
Eu – Eu sei, tia. Companheirismo...
Essa semana, no almoço:
Tia Júlia – Agora você veja uma coisa, Carol. Meu filho casou e praticamente esqueceu da família. Ele era muito atencioso, sempre comprava presentes no aniversário, no Natal... Acredita que hoje eu sequer sei onde ele mora? Mudou de endereço e não fez questão de me avisar.
Eu – Sério, tia? Mas o que houve? Você não se dá bem com a sua nora?
Tia Júlia – Sempre tentei manter um bom relacionamento com eles. Mas hoje eu digo de boca cheia que meu filho casou com uma mulher gorda, burra e mal-educada.
Hoje, na casa da Gabi:
Tia Chaguinha – Pois é, não adianta ficar esquentando a cabeça com essas coisas. Eu na idade de vocês ia querer saber de casamento? Deus me livre! Casei com 28 anos e porque estava grávida.
Gabi – Eu sei, mãe. Ninguém tá falando de casamento não. Mas um namorinho até que era interessante, né.
Tia Chaguinha – E você, Carol? Não vai voltar a namorar? Sempre achei que você e o Bruno iam casar.
Eu – Eu também achava, tia. Mas, como você disse, quando não é para ser, não é.
Esses tempos, com a minha mãe:
Mãe – Filha, nada que eu fale vai fazer você parar de sofrer. O tempo é o único remédio para essas coisas.
Eu – Eu sei, mãe.
Mãe – Eu lamento muito que vocês não estejam mais juntos. Mas se você acha que não era ele, então não era.
Ah, se alguém ficou curioso: o nome da minha mãe é Miriam.
sexta-feira, 20 de junho de 2008
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4 comentários:
O incrível é que mãe, qq mãe, mãe nossa,mãe dos outros, mãe de santo, todas elas tem a incrível capacidade de falar exatamente aquilo que vc não queria ouvir. E acaba que sempre é verdade...
"Tia Cláudia – Vai ser alguém com quem você goste de conversar. Talvez seja aquele seu amigo que você nunca deu a menor bola. Porque, no final, o que realmente importa é o companheirismo."
Wooo hooo... e aí, gata? Vamos marcar a data??
aeuheauehauaehauehaeuhaeu
Minha mãe é uma mulher muito sábia mesmo. Olha o que aconteceu hoje!! haha Na pista pra negócio amiga ;)
Acho que todo o conselho é bem vindo, e todas as sábias palavras são sábias!
Mas sempre - s e m p r e - quando se ouve o outro, chegamos até onde já se foi....e não tem coisa mais sem graça no mundo do que a eterna repetição!
Tô casando, te contei?
Final de semana já estarei de casa nova!
Saudade
Bjo
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