"O cérebro é a coisa mais fantástica do universo e fica logo atrás do nariz."
Do personagem Stéphane, de Gael Garcia Bernal, no filme Ciência do sono, um dos mais doidos que eu já vi.
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Ossos do ofício
São 19h10 e a jovem repórter espera pacientemente sua hora de conversar com a fonte. Sim, porque sem ESSA fonte, que vai dar A declaração, não há matéria. E o chefe já mandou dizer que a matéria é para hoje. Sem choro nem vela.
19h15. Você acaba de observar um lindo pôr do sol da janela. Já se despediu de cinco secretárias que não viam a hora de o expediente acabar. Expediente? Hora? Nem sei mais o que é isso.
19h20. Você já ligou avisando que vai demorar. Seu chefe soltou um palavrão, praguejou contra a ineficiência do funcionalismo público e avisou que você terá 15 minutos para escrever a manchete. Ótimo. Vai sair uma beleza de matéria.
19h30. A última pessoa a sair da repartição olha para você com cara de pena e faz aquela pergunta idiota: “nossa, você ainda está aí?”. Não, não. Isso é uma alucinação da sua mente, eu já estou em casa confortavelmente instalada no sofá, vendo televisão.
É quando a última funcionária entra da sala da sua fonte para avisar que já está indo, afinal de contas, tem família, marido, filhos, e compromissos que não podem ser adiados.
Moça – Já vou indo. Deixei tudo pronto para amanhã, ok?
Fonte – Tudo bem. Obrigado.
Moça – Ah, tem uma mocinha aí fora esperando para falar com o senhor.
Fonte – Ah, a jornalista...
Não sei o que foi pior: “mocinha” ou “jornalista”.
19h15. Você acaba de observar um lindo pôr do sol da janela. Já se despediu de cinco secretárias que não viam a hora de o expediente acabar. Expediente? Hora? Nem sei mais o que é isso.
19h20. Você já ligou avisando que vai demorar. Seu chefe soltou um palavrão, praguejou contra a ineficiência do funcionalismo público e avisou que você terá 15 minutos para escrever a manchete. Ótimo. Vai sair uma beleza de matéria.
19h30. A última pessoa a sair da repartição olha para você com cara de pena e faz aquela pergunta idiota: “nossa, você ainda está aí?”. Não, não. Isso é uma alucinação da sua mente, eu já estou em casa confortavelmente instalada no sofá, vendo televisão.
É quando a última funcionária entra da sala da sua fonte para avisar que já está indo, afinal de contas, tem família, marido, filhos, e compromissos que não podem ser adiados.
Moça – Já vou indo. Deixei tudo pronto para amanhã, ok?
Fonte – Tudo bem. Obrigado.
Moça – Ah, tem uma mocinha aí fora esperando para falar com o senhor.
Fonte – Ah, a jornalista...
Não sei o que foi pior: “mocinha” ou “jornalista”.
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Lembranças do México IV: Como conquistar um lorde em uma noite
Eis que o príncipe encantado surgiu para minha amiga numa madrugada muito louca, em que chegamos trocando as pernas e conhecemos pessoas que estavam com as pernas trocadas há muito tempo. Tudo bem, o príncipe nem era tão encantado assim, uma vez que mal pronunciava o nome.
Mas minha amiga é brasileira e não desiste nunca.
No dia seguinte:
Camila – Carol, Carol! Como é que se diz “fazenda” em inglês?
Eu – Farm...
Dois minutos depois:
Camila – E “vaca”, como é que se diz?
Eu – Cow.
Decididamente, eles não estão falando de flores.
Camila – E “galinha”?
Eu – Amiga, do que é que vocês estão falando?
Camila – Tô contando pra ele da minha família do interior de Goiás.
Eu – Não acredito!
Camila – É, ele tá impressionado que eu tenho 16 tios.
Pois é. Isso aí. Do interior de Goiás para o mundo!
Mas minha amiga é brasileira e não desiste nunca.
No dia seguinte:
Camila – Carol, Carol! Como é que se diz “fazenda” em inglês?
Eu – Farm...
Dois minutos depois:
Camila – E “vaca”, como é que se diz?
Eu – Cow.
Decididamente, eles não estão falando de flores.
Camila – E “galinha”?
Eu – Amiga, do que é que vocês estão falando?
Camila – Tô contando pra ele da minha família do interior de Goiás.
Eu – Não acredito!
Camila – É, ele tá impressionado que eu tenho 16 tios.
Pois é. Isso aí. Do interior de Goiás para o mundo!
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Nostalgia materna
Recebi esse e-mail da minha mãe agora pouco:
Porto Alegre.
Estou morta. Acredito que devo ter percorrido a distância de uma meia maratona, só iniciando a organização do apartamento. Como eu tenho (tinha) tralhas! Coisas, coisinhas, coisões; badulaques; roupas fora de moda, mas ainda boas; peças de estimação. Cruzes!!!
Para poder realizar um descarte legal e, mesmo porque não há espaço, eu terei que doar algumas coisas de ordem sentimental. Por exemplo: o que fazer com todas as fitas de vídeo de historinhas infantis de vocês? Se vocês não autorizarem a doação, eu darei um jeito. Acho que muitas nem funcionarão mais, pois após determinado tempo, elas mofam. Vocês é que mandam.
Quanto aos bichos de pelúcia: guardarei a Celeste da Ana Carolina (prometo que consertarei a coitada). Da Isa tem a Marina, o leão e o "cochoilo" (o filhote). O que achas? Guardar qual? Os demais serão doados.
Vocês acham que devo continuar guardando a Coleção do Monteiro Lobato? Me ajudem. Vocês abem como tenho dificuldade em me desfazer de certas coisas. Aqueles livros foram comprados no crediário quando eu estava grávida da Isa. Tá. E aí?
E o livrinho sobre orientação sexual? Ana Carolina, tu lembras quando tu sentavas no degrau da porta de casa, lá no Cinquentenário, a Isa grudadinha em ti, e tu explicavas o conteúdo do livro para ela?
Vocês entendem o que eu vejo quando pego essas coisas? Eu sei. Eu sei. Não adianta ter os objetos. As pessoas já foram. Tá bom. Doarei tudo, se vocês concordarem.
Porto Alegre.
Estou morta. Acredito que devo ter percorrido a distância de uma meia maratona, só iniciando a organização do apartamento. Como eu tenho (tinha) tralhas! Coisas, coisinhas, coisões; badulaques; roupas fora de moda, mas ainda boas; peças de estimação. Cruzes!!!
Para poder realizar um descarte legal e, mesmo porque não há espaço, eu terei que doar algumas coisas de ordem sentimental. Por exemplo: o que fazer com todas as fitas de vídeo de historinhas infantis de vocês? Se vocês não autorizarem a doação, eu darei um jeito. Acho que muitas nem funcionarão mais, pois após determinado tempo, elas mofam. Vocês é que mandam.
Quanto aos bichos de pelúcia: guardarei a Celeste da Ana Carolina (prometo que consertarei a coitada). Da Isa tem a Marina, o leão e o "cochoilo" (o filhote). O que achas? Guardar qual? Os demais serão doados.
Vocês acham que devo continuar guardando a Coleção do Monteiro Lobato? Me ajudem. Vocês abem como tenho dificuldade em me desfazer de certas coisas. Aqueles livros foram comprados no crediário quando eu estava grávida da Isa. Tá. E aí?
E o livrinho sobre orientação sexual? Ana Carolina, tu lembras quando tu sentavas no degrau da porta de casa, lá no Cinquentenário, a Isa grudadinha em ti, e tu explicavas o conteúdo do livro para ela?
Vocês entendem o que eu vejo quando pego essas coisas? Eu sei. Eu sei. Não adianta ter os objetos. As pessoas já foram. Tá bom. Doarei tudo, se vocês concordarem.
domingo, 15 de fevereiro de 2009
Lembranças do México III: Pimenta sim, senhor!
Esqueça tudo que você já ouviu sobre a comida mexicana. O chile é, na verdade, frijolles, as tortilhas não são de farinha e a pimenta é muito pior do que se pode imaginar. Em quase todos os restaurantes, há uma espécie de entrada, com totopos (aqueles que parecem com Doritos) e uns três tipos de salsa. É aí que mora o perigo.
Como tudo – ou quase tudo – pode vir acompanhado de tortilhas, praticamente não há talheres. Sim, mexicanos são hábeis comilões. Conseguem engolir duas empanadas (espécie de polenta frita caprichosamente recheada) sem fazer sujeira. Quando eu e Camila nos atrevíamos a seguir o costume, era aquela lambança. Molho e gordura espalhados nas mãos, rosto, roupas, cabelos e chão. Um charme.
E quando você acha que já viu de tudo, surge um pratinho com vinagrete e você até pensa: "nossa, que delícia. Vou comer um tomatinho." Na primeira dentada, dá vontade de chamar os bombeiros para aliviar a ardência na boca.
No primeiro jantar:
Anfitriã – Estas son tostadas, muy ricas. Solo tienes que poner la salsa. Muy ricas.
Camila – Y no pica?
Anfitriã – No, estas no picam.
WOW. AI. UI. Água, muita água. Não, refrigerante. Não, não. Cerveja. Ai, também não. Só alivia com limão.
Eu – Amiga, não quero nem imaginar como deve ser com pica...
Como tudo – ou quase tudo – pode vir acompanhado de tortilhas, praticamente não há talheres. Sim, mexicanos são hábeis comilões. Conseguem engolir duas empanadas (espécie de polenta frita caprichosamente recheada) sem fazer sujeira. Quando eu e Camila nos atrevíamos a seguir o costume, era aquela lambança. Molho e gordura espalhados nas mãos, rosto, roupas, cabelos e chão. Um charme.
E quando você acha que já viu de tudo, surge um pratinho com vinagrete e você até pensa: "nossa, que delícia. Vou comer um tomatinho." Na primeira dentada, dá vontade de chamar os bombeiros para aliviar a ardência na boca.
No primeiro jantar:
Anfitriã – Estas son tostadas, muy ricas. Solo tienes que poner la salsa. Muy ricas.
Camila – Y no pica?
Anfitriã – No, estas no picam.
WOW. AI. UI. Água, muita água. Não, refrigerante. Não, não. Cerveja. Ai, também não. Só alivia com limão.
Eu – Amiga, não quero nem imaginar como deve ser com pica...
Lembranças do México II: Neurótica versus hipocondríaca
Foi só sentar no avião para todas as minhas perebas emocionais aparecerem juntas. Em vinte minutos, eu estava com o rosto vermelho, descascando. Sem falar nas olheiras. Até peguei indicação de uma pomadinha que promete resolver problemas alérgicos em um ou dois dias. Tudo bem que eu já tinha uma, mais as pílulas e mais a solução nasal, mas eu não queria passar por nenhum aperto em um país estranho.
Na fila do check-in:
Camila – Amiga, preenche isso aqui.
Eu – O que é isso?
Camila – Identificador de bagagens.
Eu – Hum. E por que eu preciso preencher dois?
Camila – Porque um é para dentro e outro é para fora da mala.
Eu – Tá brincando, né?
Dentro do avião:
Eu – O que é isso?
Camila – Uma lista com tudo que tem na minha mala.
Eu – Credo, pra quê isso?
Camila – Para o caso de extravio. Sou precavida.
Eu – Nossa, até demais!
Paguei a língua. A mala extraviada foi a minha. Mas nem precisou uma lista com as coisas que eu tinha. No desespero, lembrei de cabeça todas as minhas roupas lindas, limpinhas que poderiam estar perdidas em uma terra desconhecida. Ainda bem que a caixinha de remédios estava comigo.
Na fila do check-in:
Camila – Amiga, preenche isso aqui.
Eu – O que é isso?
Camila – Identificador de bagagens.
Eu – Hum. E por que eu preciso preencher dois?
Camila – Porque um é para dentro e outro é para fora da mala.
Eu – Tá brincando, né?
Dentro do avião:
Eu – O que é isso?
Camila – Uma lista com tudo que tem na minha mala.
Eu – Credo, pra quê isso?
Camila – Para o caso de extravio. Sou precavida.
Eu – Nossa, até demais!
Paguei a língua. A mala extraviada foi a minha. Mas nem precisou uma lista com as coisas que eu tinha. No desespero, lembrei de cabeça todas as minhas roupas lindas, limpinhas que poderiam estar perdidas em uma terra desconhecida. Ainda bem que a caixinha de remédios estava comigo.
Lembranças do México I: Neste verão, você não pode perder!
Foi num desses impulsos malucos que te alcançam numa tarde de terça-feira que eu e a Camila decidimos ir ao México. Contrariando a crise financeira mundial, a alta do dólar e a falta do 13º salário, gastamos todo o nosso dinheirinho numa viagem com zero por cento de planejamento.
Camila, é claro, ficou doente com toda essa desorganização.
Eu – Que horas a gente vai levantar?
Camila – Ah, umas seis e meia.
Eu – O quê? Tá doida? O aeroporto fica a 10 minutos daqui!
Camila – Mas é vôo internacional, a gente tem que chegar duas horas antes.
Eu – Não é vôo internacional. A gente só vai a São Paulo.
Camila – Tá, mas eu prefiro me precaver.
Tudo bem. Ela pagou o café da manhã caríssimo do aeroporto enquanto a gente esperava duas horas para embarcar.
Camila, é claro, ficou doente com toda essa desorganização.
Eu – Que horas a gente vai levantar?
Camila – Ah, umas seis e meia.
Eu – O quê? Tá doida? O aeroporto fica a 10 minutos daqui!
Camila – Mas é vôo internacional, a gente tem que chegar duas horas antes.
Eu – Não é vôo internacional. A gente só vai a São Paulo.
Camila – Tá, mas eu prefiro me precaver.
Tudo bem. Ela pagou o café da manhã caríssimo do aeroporto enquanto a gente esperava duas horas para embarcar.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Ora, vamos...
Como as mulheres escolhem os seus homens
Marcelo Carneiro da Cunha
De São Paulo
Deu no New York Times, portanto tem que ser verdade. Falido ou não, o vetusto (adoro essa palavra e não encontrava jeito de usar) órgão da tradicional imprensa escrita não mente em serviço, dizem. Então aqui vai: as mulheres não fazem a menor ideia do que elas querem, desejam ou sentem. Ta lá, impresso e claro: a pesquisadora Meredith Chivers fuçou tanto que comprovou o que os homens em geral e esse aqui em particular vêm afirmando há décadas.
Homens são mais simples do que um protozoário quando o assunto é desejo. Sabem o que querem, do que gostam, e o que falam é exatamente o que sentem. Já as mulheres se comportam mais ou menos tão aleatoriamente quanto um elétron super-aquecido. O que sentem não tem a ver com o que veem, o que falam não tem muito a ver com o que sentem, e o que afirmam pode ser tão objetivo e sincero quanto uma entrevista com o Paulo Maluf. Enfim a verdade comprovada!
Ah. Nem é tão complicado assim...
Íntegra da matéria em: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3481224-EI8423,00-Como+as+mulheres+escolhem+os+seus+homens.html
Marcelo Carneiro da Cunha
De São Paulo
Deu no New York Times, portanto tem que ser verdade. Falido ou não, o vetusto (adoro essa palavra e não encontrava jeito de usar) órgão da tradicional imprensa escrita não mente em serviço, dizem. Então aqui vai: as mulheres não fazem a menor ideia do que elas querem, desejam ou sentem. Ta lá, impresso e claro: a pesquisadora Meredith Chivers fuçou tanto que comprovou o que os homens em geral e esse aqui em particular vêm afirmando há décadas.
Homens são mais simples do que um protozoário quando o assunto é desejo. Sabem o que querem, do que gostam, e o que falam é exatamente o que sentem. Já as mulheres se comportam mais ou menos tão aleatoriamente quanto um elétron super-aquecido. O que sentem não tem a ver com o que veem, o que falam não tem muito a ver com o que sentem, e o que afirmam pode ser tão objetivo e sincero quanto uma entrevista com o Paulo Maluf. Enfim a verdade comprovada!
Ah. Nem é tão complicado assim...
Íntegra da matéria em: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3481224-EI8423,00-Como+as+mulheres+escolhem+os+seus+homens.html
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
A difícil arte de decidir
Muito bem, garota. Agora que você cresceu, se formou, virou mulher é chegada a hora de decidir se casa ou se compra uma bicicleta.
Não se assuste. Todo mundo passa por isso. Pense bem: você está de parabéns! Teve uma adolescência sem traumas, passou bem bela faculdade e até fez uma pós-graduação. Mas agora acabou o “vou deixar a vida me levar”.
Sim, porque essa história de viver um dia de cada vez, sem pensar no amanhã, não está com nada. Não nessa realidade capitalista voraz. Seguir a carreira dos sonhos? Esqueça! Você precisa produzir. Pensar em como vai se manter, pagar as contas e um aluguel que pode chegar a R$ 500 por uma quitinete.
Isso sem falar naquela sua idéia de um dia ter um filho. Nossa, aí sim é ter cacife!
A família diz que você precisa ter um foco. O que se traduz em: passe em um concurso e não tenha problemas financeiros como os que eu tive, seu tio teve, a filha do meu cunhado teve. Sempre há exemplos.
É quando todos te olham e perguntam: qual é a sua?
A minha eu ainda não sei. Um pouco complicado escolher um caminho quando não se sabe direito aonde quer chegar.
Não se assuste. Todo mundo passa por isso. Pense bem: você está de parabéns! Teve uma adolescência sem traumas, passou bem bela faculdade e até fez uma pós-graduação. Mas agora acabou o “vou deixar a vida me levar”.
Sim, porque essa história de viver um dia de cada vez, sem pensar no amanhã, não está com nada. Não nessa realidade capitalista voraz. Seguir a carreira dos sonhos? Esqueça! Você precisa produzir. Pensar em como vai se manter, pagar as contas e um aluguel que pode chegar a R$ 500 por uma quitinete.
Isso sem falar naquela sua idéia de um dia ter um filho. Nossa, aí sim é ter cacife!
A família diz que você precisa ter um foco. O que se traduz em: passe em um concurso e não tenha problemas financeiros como os que eu tive, seu tio teve, a filha do meu cunhado teve. Sempre há exemplos.
É quando todos te olham e perguntam: qual é a sua?
A minha eu ainda não sei. Um pouco complicado escolher um caminho quando não se sabe direito aonde quer chegar.
Post antigo
Ah, o Natal. Família reunida, ceia farta e a certeza de que as preocupações só vão começar depois do carnaval. O estresse do momento é se aventurar pelos shoppings lotados, com seus corredores cheios de gente afoita e lojas de vendedores impacientes.
Ontem, em uma livraria do Conjunto Nacional (ok, foi uma infeliz idéia ir até lá):
Eu – Moça, você tem algum livro para indicar? Alguma coisa diferente, um romance, de preferência.
Ela – Tem esse que é ótimo. Está na lista dos mais vendidos da revista Veja.
Peguei o livro com uma cara desconfiada. Li a contra-capa, não senti muita inspiração. A moça, então, foi lá e pegou a Veja para me mostrar que o livro era mesmo o mais vendido.
Ela – Tá vendo?
Eu – Sabe o que é? Tô procurando uma coisa menos óbvia, entende?
Decidi ligar para um amigo e pedir indicação. Fui falar com outro vendedor.
Eu – Oi, vocês têm “A Viagem do elefante”?
Ele – Deixa eu ver aqui... Não, não temos.
Eu – Hum, viagem é com “g”, não com “j”.
Ele – Ah, achei aqui.
Eu – Ah. Não vou levar não. Obrigada!
Pode me chamar de preconceituosa, elitista, impaciente e mau-humorada. Mas achei um absurdo o cara que trabalha na livraria não saber como se escreve “viagem”.
Ontem, em uma livraria do Conjunto Nacional (ok, foi uma infeliz idéia ir até lá):
Eu – Moça, você tem algum livro para indicar? Alguma coisa diferente, um romance, de preferência.
Ela – Tem esse que é ótimo. Está na lista dos mais vendidos da revista Veja.
Peguei o livro com uma cara desconfiada. Li a contra-capa, não senti muita inspiração. A moça, então, foi lá e pegou a Veja para me mostrar que o livro era mesmo o mais vendido.
Ela – Tá vendo?
Eu – Sabe o que é? Tô procurando uma coisa menos óbvia, entende?
Decidi ligar para um amigo e pedir indicação. Fui falar com outro vendedor.
Eu – Oi, vocês têm “A Viagem do elefante”?
Ele – Deixa eu ver aqui... Não, não temos.
Eu – Hum, viagem é com “g”, não com “j”.
Ele – Ah, achei aqui.
Eu – Ah. Não vou levar não. Obrigada!
Pode me chamar de preconceituosa, elitista, impaciente e mau-humorada. Mas achei um absurdo o cara que trabalha na livraria não saber como se escreve “viagem”.
Assinar:
Postagens (Atom)