domingo, 15 de março de 2009

Impotência

No Rio Grande do Sul, Maranatha é uma grande festa religiosa para Nossa Senhora Imaculada Conceição. Quando criança, cheguei a ser anjinho da festa por uns três anos seguidos. Um pouco por insistência da minha avó e outro pouco porque achava o máximo usar aquelas asinhas.

Em Brasília, Maranata sem “h” é o nome de uma companhia de táxi que dá 30% de desconto na corrida. Mas às vezes dá vontade de nem pedir o desconto.

Sexta-feira, voltando da festa:

Bruno – E como está o movimento essa noite?

Taxista – Ah, tranqüilo. Mas tenho que correr atrás do prejuízo. Essa semana, fui assaltado.

Bruno – Sério? Mas levaram muita coisa?

Taxista – Uns duzentos reais. Mas o pior mesmo foi ficar com o cano da arma nas costas. Um tiro aí é para ficar o resto da vida sem andar.

Eu – Você deu queixa na polícia?

Taxista – Dei sim. Os policiais me perguntaram como é que eu tive a inocência de pegar dois marmanjos no meio da rua, na Ceilândia. Achei que eles eram de bem.

Eu – Levaram documento e tudo?

Taxista – Tudo. To andando só com o boletim de ocorrência. Mais problema, né? Só a segunda via da identidade custa trinta e cinco reais.

Eu – É verdade. Muito caro.

Taxista – Pra isso a gente dá um jeito. Só não quero passar por uma coisa dessas outra vez. Cinco minutos com um cano gelado nas costas parecem uma eternidade.

4 comentários:

Anônimo disse...

Sei bem como é ter um revólver nas costas.. Dura mesmo uma eternidade. Não desejo pra ninguém!!

Paulinho Mesquita disse...

credo.

Anônimo disse...

cruzes....=O

Anônimo disse...

Brasília tá virando cidade grande. Infelizmente.