segunda-feira, 30 de março de 2009

Homens e suas gentilezas

Se tem uma hora em que todo macho é gentil, essa hora é durante a chuva. Não importa se é só uma garoa, até o mais grotesco dos brutamontes estufa o peito e, cheio de coragem, encara a enchente para proteger os pés e cabelo da namorada. Na verdade, não precisa ser namorada. A gentileza vale para mães, filhas, esposas, irmãs e amigas. Quando a moça está de chapinha, então, a boa vontade é quase obrigatória!

Esses dias, depois do dilúvio:

Ele – Zulmira, fica aí que eu vou pegar o carro.

Ela – Ô, amor. Eu vou com você.

Ele – Larga de ser besta! Mandei ficar na calçada!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Salário

Ontem, no quarto da minha irmã:

Eu - Isa, faz aí na calculadora quanto é 14 por cento disso aqui.

Isa - Tá.

...

Isa - Nossa, mana. Você ganha bem, né?

Eu - Não. Muito menos do que eu deveria ganhar pelo tanto que eu trabalho.

Isa - Hum. Pelo menos seu salário tem quatro dígitos.

E me olhou com aquela cara de estagiária desolada.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Linguagem

Por que será que "pois sim" é não e "pois não" é sim?

Retirado de um cartaz em uma escola de ensino fundamental.

domingo, 15 de março de 2009

Impotência

No Rio Grande do Sul, Maranatha é uma grande festa religiosa para Nossa Senhora Imaculada Conceição. Quando criança, cheguei a ser anjinho da festa por uns três anos seguidos. Um pouco por insistência da minha avó e outro pouco porque achava o máximo usar aquelas asinhas.

Em Brasília, Maranata sem “h” é o nome de uma companhia de táxi que dá 30% de desconto na corrida. Mas às vezes dá vontade de nem pedir o desconto.

Sexta-feira, voltando da festa:

Bruno – E como está o movimento essa noite?

Taxista – Ah, tranqüilo. Mas tenho que correr atrás do prejuízo. Essa semana, fui assaltado.

Bruno – Sério? Mas levaram muita coisa?

Taxista – Uns duzentos reais. Mas o pior mesmo foi ficar com o cano da arma nas costas. Um tiro aí é para ficar o resto da vida sem andar.

Eu – Você deu queixa na polícia?

Taxista – Dei sim. Os policiais me perguntaram como é que eu tive a inocência de pegar dois marmanjos no meio da rua, na Ceilândia. Achei que eles eram de bem.

Eu – Levaram documento e tudo?

Taxista – Tudo. To andando só com o boletim de ocorrência. Mais problema, né? Só a segunda via da identidade custa trinta e cinco reais.

Eu – É verdade. Muito caro.

Taxista – Pra isso a gente dá um jeito. Só não quero passar por uma coisa dessas outra vez. Cinco minutos com um cano gelado nas costas parecem uma eternidade.

sábado, 7 de março de 2009

Português

Essa história sobre mim me lembrou um outro papo engraçado dessa semana.

Quinta-feira, no almoço:

Eu - Então, acho que não vou ir para a festa amanhã.

Ele - Não "vai ir"? Você, como jornalista, devia saber que não se pode juntar duas vezes o mesmo verbo em uma frase.

Eu - Ai, não enche. Vai ficar me policiando, é? Já escrevo certo o dia inteiro, preciso extravasar, poxa!

Ele - Tá bom.

Depois do almoço:

Ele - Você sabe qual o correto: "entre mim e você" ou "entre eu e você"?

Eu - Entre eu e você, não?

Ele - Não! Errada!

Eu - Vem cá, você passa a madrugada procurando coisas na internet para me irritar?

Ele - Nada disso. Tava no banheiro fazendo o número dois e li aquela coluna de português do Correio Braziliense, como é que chama a colunista mesmo?

Eu - Dad Squarisi.

Ele - Isso. Ela é super nerd, muito engraçado. Então, aí ela explicou que o "eu" tem alergia às preposições.

Eu - Hum, legal. Depois a colunista que é nerd...

Sobre mim

Ontem ouvi de um amigo que eu sou mais séria do que pareço ser. Que sou expansiva só nas aparências e, na verdade, me escondo em uma carapaça. Depois, o assunto "eu" virou um dos tópicos da mesa do bar e ouvi de uma amiga que sou até sisuda! Pode?

Outra descrição interessante veio de uma amiga que tem a mania de tentar ler as pessoas.

Ela - Carol, você é osso duro de roer, hein!

Eu - Como assim?

Ela - Ah, você não sai se dando fácil para os outros. Não distribui seu sorriso de graça. As pessoas tem que te ganhar.

Eu - Tá me dizendo que sou antipática?

Ela - Não. Diria que você é exigente. Seleciona seu afetos com muito cuidado e quando os escolhe se doa com uma fidelidade incrível.

E embarcou naquele papo de qual é o seu signo, ascendente, essas coisas.

Favorzão

Minha mãe sempre disse que ter irmãos é a melhor coisa da vida. Talvez porque ela nunca teve. Talvez porque ela tem razão mesmo.

Hoje de manhã:

Eu - Isa, faz um mega favor pra mim?

Isa - Ai, que que é?

Eu - Vai lá na banca comprar um jornal.

Isa - Por que? Aqui em casa tem jornal.

Eu - Eu sei. Mas tem que ser O Globo.

Isa - Ai, tá bom. O que você não me pede chorando que eu não faço chorando também?