Estou há semanas falando para meu instrutor da academia: “Andrey, tem alguma coisa errada. Minhas calças não fecham.” E ele sempre dizendo que eu estava ficando forte, que os resultados viriam na próxima avaliação física. Pois bem. Ontem eu fiz minha avaliação física.
Eu – Pode falar, Andrey. Não me poupe.
Andrey – É, Carol. A coisa não está nada boa.
E fez o diagnóstico com aquela cara resignada, triste até.
Andrey – Você ganhou 2,5 kg. Desses, 1,7 são gordura.
OK. Já estava preparada para isso. Pense bem, podia ser pior. Podiam ser todos os 2,5 kg de gordura. Bem, não importa. Chega de tapar o sol com a peneira. Vamos cortar de vez as porcarias. Inclusive o pão de queijo. Sei que é radical, mas não dá para tomar cerveja e comer pão de queijo. É preciso escolher.
Liguei para o meu pai assim que saí da academia.
Eu – Pai, você pode comprar umas frutas lá para casa?
Pai – Posso, claro. Mas por que esse pedido assim, essa hora?
Eu – Estou uma bola, pai. Preciso comer coisas saudáveis.
Pai – Tá bom.
Eu – Valeu, pai. Beijo.
Pai – Tchau, gorda.
Aí hoje estou exemplar. Só depois do almoço já passaram aqui na Secom o vendedor de picolé, a moça dos bombons e a do alfojor. Resisti bravamente. E a expectativa é que ainda venham o vendedor de empadas e a Chiquinha oferecendo pão de queijo. Não quero nem saber. Meu pêssego está com uma cara ótima.
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
terça-feira, 12 de agosto de 2008
Pobres animais
Fiquei horrorizada ontem na minha aula quando descobri que vacas não fazem sexo. A incrível tecnologia de reprodução animal assistida tirou esse que devia ser um dos únicos prazeres dos pobres bovinos. Sim, porque além de nos darem leite e bifinhos – para não falar daquela picanha esperta no churrasco dominical – elas agora doam seus óvulos, ovócitos, úteros e espermatozóides (no caso dos machos) para a produção de exemplares cada vez melhores.
Aí eu fiquei com vontade de perguntar para o professor se o consumo de carne de vaca que não faz sexo poderia nos fazer algum mal no futuro. Acabei não perguntando. Mas saí da aula com vontade de virar vegetariana, só para não contribuir com essa absurda exploração dos animais. Lembrei do professor justificando: “Com essas manipulações, podemos fazer a vaquinha gerar 30 filhotes, coisa que ela jamais faria em sua vida reprodutiva normal.” É. Nem as vaquinhas têm vida reprodutiva normal.
Se bem que fiquei horrorizada também ao assistir, sem qualquer cerimônia, a reprodução natural das galinhas. Depois de alguns dias num sítio, cheguei à conclusão que galos são os seres mais insensíveis do mundo animal. A galinha fica lá, de boa, ciscando, e o galo chega por trás e créu. Quando você pisca o olho, o bicho já desmontou da galinha e foi embora, sem sequer dizer um “foi bom pra você, baby?”. Não, não. Muito desapego para a minha cabeça.
Legal mesmo é o sexo daqueles animais grandões, tipo elefantes e baleias. Nesses casos, nem que o macho queira dá para ser insensível. Só do trabalho que dá para chegar na fêmea...
Aí eu fiquei com vontade de perguntar para o professor se o consumo de carne de vaca que não faz sexo poderia nos fazer algum mal no futuro. Acabei não perguntando. Mas saí da aula com vontade de virar vegetariana, só para não contribuir com essa absurda exploração dos animais. Lembrei do professor justificando: “Com essas manipulações, podemos fazer a vaquinha gerar 30 filhotes, coisa que ela jamais faria em sua vida reprodutiva normal.” É. Nem as vaquinhas têm vida reprodutiva normal.
Se bem que fiquei horrorizada também ao assistir, sem qualquer cerimônia, a reprodução natural das galinhas. Depois de alguns dias num sítio, cheguei à conclusão que galos são os seres mais insensíveis do mundo animal. A galinha fica lá, de boa, ciscando, e o galo chega por trás e créu. Quando você pisca o olho, o bicho já desmontou da galinha e foi embora, sem sequer dizer um “foi bom pra você, baby?”. Não, não. Muito desapego para a minha cabeça.
Legal mesmo é o sexo daqueles animais grandões, tipo elefantes e baleias. Nesses casos, nem que o macho queira dá para ser insensível. Só do trabalho que dá para chegar na fêmea...
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
Salada de frutas
Quem passa o dia na UnB sofre com a falta de opções gastronômicas. Não vou entrar no mérito de coxinhas azedas e sanduíches naturais vencidos (minha chefe conta que já encontrou uma mosca morta dentro de um enroladinho de queijo). Vou falar das ínfimas tentativas de alimentação saudável no campus: o açaí e a salada de frutas.
O primeiro nunca me inspirou muita confiança. Depois daquela história mal de Chagas, fico sempre com o pé atrás para comer açaí. Ainda mais aquele do Minhocão. Mas confesso que a salada de frutas me desperta certo interesse. Talvez porque ainda tenho aquela preguiçinha de descascar as frutas, cortar em pedacinhos e deixa-las muito mais apetitosas do que realmente são.
A primeira vez que comi a dita cuja, fiz uma encomenda para o pessoal que foi ao ICC comprar lanche. Me pediram R$ 2 e eu, ingenuamente, imaginei que viria aquela saladona. Chegou um potinho (bem inho mesmo) com banana e maça. Mentira. Dois pedaços de mamão também.
Depois, decidi abandonar esse hábito saudável. Me joguei de cabeça no pão de queijo e nos folhados. Não é por nada que minha pochete cresceu a olhos vistos. Até que conheci a maravilhosa salada de frutas da dona Ivone. O pote é realmente grande e a propaganda também: banana, maçã, mamão, manga, morango, kiwi, leite condensado e granola. Uau. Uma delícia.
Mas, na prática, o que vem mesmo é a banana, a maçã, o mamão e um pedaço de kiwi ou de manga ou de morango. Já me conformei. Só que hoje dona Ivone quis me surpreender: além das tradicionais, mandou dois pedaços de morango, dois de manga e um de kiwi! Tudo no mesmo pote! O problema é que a granola foi tão regrada que acabou na segunda colher. No final, só sobrou a maçã e a banana (sempre elas!) boiando numa mistura de água com leite condensado.
O primeiro nunca me inspirou muita confiança. Depois daquela história mal de Chagas, fico sempre com o pé atrás para comer açaí. Ainda mais aquele do Minhocão. Mas confesso que a salada de frutas me desperta certo interesse. Talvez porque ainda tenho aquela preguiçinha de descascar as frutas, cortar em pedacinhos e deixa-las muito mais apetitosas do que realmente são.
A primeira vez que comi a dita cuja, fiz uma encomenda para o pessoal que foi ao ICC comprar lanche. Me pediram R$ 2 e eu, ingenuamente, imaginei que viria aquela saladona. Chegou um potinho (bem inho mesmo) com banana e maça. Mentira. Dois pedaços de mamão também.
Depois, decidi abandonar esse hábito saudável. Me joguei de cabeça no pão de queijo e nos folhados. Não é por nada que minha pochete cresceu a olhos vistos. Até que conheci a maravilhosa salada de frutas da dona Ivone. O pote é realmente grande e a propaganda também: banana, maçã, mamão, manga, morango, kiwi, leite condensado e granola. Uau. Uma delícia.
Mas, na prática, o que vem mesmo é a banana, a maçã, o mamão e um pedaço de kiwi ou de manga ou de morango. Já me conformei. Só que hoje dona Ivone quis me surpreender: além das tradicionais, mandou dois pedaços de morango, dois de manga e um de kiwi! Tudo no mesmo pote! O problema é que a granola foi tão regrada que acabou na segunda colher. No final, só sobrou a maçã e a banana (sempre elas!) boiando numa mistura de água com leite condensado.
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
Começa assim
Ou mais ou menos assim. No samba:
Ele – Oi, vamos dançar?
Eu – Vamos!
Ele – Desculpa, é que eu não sou muito bom nisso.
Eu – Relaxa, você está indo bem.
Ele – Qual é o seu nome?
Eu – Carol, e o seu?
Ele – Luiz.
Eu – Prazer, Luiz. Vou lá pegar uma bebida com a minha amiga, depois a gente dança outra.
Ele – Tá bom.
Indo embora:
Cara – Oi, espera aí! Meu amigo tá apaixonado por você.
Eu – Ah, sim. Claro.
Cara – É sério! Ele dançou com você e... olha ele aí!
Eu – Oi.
Ele – Que que você tá falando pra ela?!
Cara – Nada.
Eu – Então. To indo embora. Tá tarde. Amanhã a gente tem que trabalhar, né Camila?
Camila – É.
Eu – Pois é. A gente se encontra por aí qualquer dia desses.
Ele – Não. Espera um pouco. Queria conversar com você.
Eu – Mas é que eu to indo embora.
Ele – Então me dá seu telefone.
Eu – Não.
Ele – E como eu faço par falar com você?
Eu – Ah, não sei. Te dou meu e-mail. Pode ser?
Ele – Pode.
Eu – Anota aí: carolsssv@hotmail.com.
Ele – Beleza, então.
Eu – Tchau.
Ele – Tchau. Boa noite!
...
Eu – Eu, hein. Quero ir embora. Tô cansada, sem paciência.
Camila – Mas até que ele era bonitinho...
Eu – É. Não sei. Não reparei direito.
Ele – Oi, vamos dançar?
Eu – Vamos!
Ele – Desculpa, é que eu não sou muito bom nisso.
Eu – Relaxa, você está indo bem.
Ele – Qual é o seu nome?
Eu – Carol, e o seu?
Ele – Luiz.
Eu – Prazer, Luiz. Vou lá pegar uma bebida com a minha amiga, depois a gente dança outra.
Ele – Tá bom.
Indo embora:
Cara – Oi, espera aí! Meu amigo tá apaixonado por você.
Eu – Ah, sim. Claro.
Cara – É sério! Ele dançou com você e... olha ele aí!
Eu – Oi.
Ele – Que que você tá falando pra ela?!
Cara – Nada.
Eu – Então. To indo embora. Tá tarde. Amanhã a gente tem que trabalhar, né Camila?
Camila – É.
Eu – Pois é. A gente se encontra por aí qualquer dia desses.
Ele – Não. Espera um pouco. Queria conversar com você.
Eu – Mas é que eu to indo embora.
Ele – Então me dá seu telefone.
Eu – Não.
Ele – E como eu faço par falar com você?
Eu – Ah, não sei. Te dou meu e-mail. Pode ser?
Ele – Pode.
Eu – Anota aí: carolsssv@hotmail.com.
Ele – Beleza, então.
Eu – Tchau.
Ele – Tchau. Boa noite!
...
Eu – Eu, hein. Quero ir embora. Tô cansada, sem paciência.
Camila – Mas até que ele era bonitinho...
Eu – É. Não sei. Não reparei direito.
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
Cantadas
Esses tempos, um amigo me apresentou um gringo que decidiu morar no Brasil. O amigo disse que era para eu ensinar uma palavra ou expressão em português, mas que não fosse nada chulo. Dessa tarefa os meninos já tinham se encarregado. E veio com aquela recomendação: “Carol, vê se ensina alguma coisa massa para ele chegar em alguma gatinha”.
Depois de pensar e discutir o assunto com uma amiga, falei para meu amigo qual frase iria ensinar. OK, não era nada fantástico. Mas pelo menos não era tosco. Serviria para o gringo desajeitado ganhar um sorrisinho, no mínimo. Mas meu amigo disse que era muito bobo, bonitinho demais. “Carol, vão achar que ele é gay”.
Bom, eu não acharia. Mas depois dessa descobri que poucos homens entendem o poder da cantada. E pouquíssimos sabem usa-la. Quase nenhum, para falar a verdade.
Ontem, durante o alongamento:
Cara 1– Puxa! Mas que elasticidade, hein!
Ai. Claro que quando virei estava um horroroso me olhando como se tivesse feito uma declaração de amor.
Mais tarde, no almoço:
Cara 2 – Que prato perfeitinho, hein! Só salada! Tem um franguinho aí? Ah, tem! Tá de parabéns!
Tenho certeza que os dois caras são irmãos! Só pode!
Depois de pensar e discutir o assunto com uma amiga, falei para meu amigo qual frase iria ensinar. OK, não era nada fantástico. Mas pelo menos não era tosco. Serviria para o gringo desajeitado ganhar um sorrisinho, no mínimo. Mas meu amigo disse que era muito bobo, bonitinho demais. “Carol, vão achar que ele é gay”.
Bom, eu não acharia. Mas depois dessa descobri que poucos homens entendem o poder da cantada. E pouquíssimos sabem usa-la. Quase nenhum, para falar a verdade.
Ontem, durante o alongamento:
Cara 1– Puxa! Mas que elasticidade, hein!
Ai. Claro que quando virei estava um horroroso me olhando como se tivesse feito uma declaração de amor.
Mais tarde, no almoço:
Cara 2 – Que prato perfeitinho, hein! Só salada! Tem um franguinho aí? Ah, tem! Tá de parabéns!
Tenho certeza que os dois caras são irmãos! Só pode!
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