quinta-feira, 30 de julho de 2009

As cartas que eu não mando

Oi, tudo bem? Sabe o que eu aprendi esse dias? Supernovas são explosões de estrelas gigantes. Prroduzem o brilho de 100 bilhões de sóis de uma só vez, um verdadeiro espetáculo celestial. A música do Oasis faz muito mais sentido pra mim agora: "in a champagne supernova in the sky". Captou?

Aliás, tenho aprendido muita coisa sobre o universo nesses últimos tempos. Você ficaria orgulhoso. Um pouco por dever profissional, mas também porque eu me interesso de verdade por essas coisas. Quem sabe eu não largo o jornalismo e faço astronomia. Ia ser um escândalo, eu ia me tornar a primeira astronauta brasileira. Oh, esqueça. Quantas bobagens.

Ainda lembro de você e sua paciência de Jó me explicando a Teoria da Relatividade em uma mesa de bar. A mesa de plástico se transformava no nosso universo, cada lado uma dimensão, ou algo assim. Você e seu ar professoral, eu toda interessada até a hora em que parava de ouvir qualquer som, só ficava lendo seus lábios e olhos. "Você não está mais prestando atenção", você me acusava. "Claro que não". E a gente se beijava. Simples assim.

Mas, como eu ia dizendo, o universo é fascinante. Também descobri esses dias que gases essenciais para a vida na Terra vieram das estrelas. Ou seja, nós somos estrelas! Lindo, não? Quem diria, quase me apaixono pela física. Você ficaria orgulhoso. Talvez não mais que eu. Como você pode perceber, estou gostando bastante de mim.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Caiu na rede...

Começou com o ICQ, há mais de 10 anos atrás. Antes, havia o tal do mIRC, mas eu não lembro de muita coisa. Aliás, lembro. Achava que o que vim a chamar de layout era péssimo, nada amigável, como dizem meus colegas designers. Aí vieram as salas de bate-papo, cada vez mais especializadas. Por cidade, faixa etária, gosto musical e sexual. Uma variedade enorme!

Depois chegaram os sites de relacionamento. Resisti quase seis meses antes de entrar no Orkut. Mas acabei cedendo à possibilidade de encontrar velhos amigos. Ou de simplesmente mandar recadinhos para a colega que senta ao meu lado. Atualmente, não passa um dia sem que eu receba convites para ingressar em alguma nova rede: My Space, HI5, Facebook. Essa última, então, está prestes a se tornar a nova paixão nacional. O Orkut que se cuide.

Isso sem falar no Twitter. Esse, sim, me impressiona. Li esses dias que os judeus estão mandando pedidos fervorosos pela mais nova ferramenta da internet. Muito prático. Ao invés de ir até o Muro das Lamentações, em Jerusalém, é só resumir o desejo em 140 caracteres. Até aí, tudo bem. Pílulas de informação são interessantes. O que me incomoda é a (des)informação, no melhor estilo “pessoal, peidei. Vou ao banheiro e já volto”. Muita intimidade cibernética para o meu gosto.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Mundo cão

“Sou casado”. As letrinhas brilharam na tela do celular e eu fiquei com um enjôo muito forte. Dei uma risada nervosa.

- Dá uma olhada nisso aqui.
- Não acredito...
- Nem eu.

Pois acredite. É isso mesmo. Infelizmente, casamento é uma instituição que as pessoas insistem em falir, para não dizer outra coisa.

- Será que não é mentira?
- Acho que não.
- O que você vai responder?
- Filho da puta.
- Faz isso não.
- Claro que não.

Claro que não. Adorei você ter me avisado isso só agora. Realmente, foi de uma consideração enorme! Só não me sinto mais idiota que a sua mulher.

- Ah, mas a vida é assim mesmo, né.
- É. Acho que eu sou muito inocente às vezes.
- Talvez. Mas você tem que pensar que está tranquila com a sua consciência.
- Claro.

É como diria o Ed: o mundo é maravilhoso. O ser humano é que não é legal.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Passageiro

Na etimologia grega, efêmero é aquilo que dura um dia. Como certas coisas que acontecem com a gente.

- O problema de ser nômade é esse. A gente encontra alguém legal e logo vai embora.
- Então tá. Se um dia você quiser conhecer Brasília, me liga.
- Pode deixar.

É claro que você não vai ligar. E você sabe que eu sei que você não vai ligar. É tão perceptível que quase dá para tocar.

Efêmero. Gosto dessa palavra.

sábado, 11 de julho de 2009

Carolina vai à Amazônia

A trabalho. Muito trabalho. Mas nada que impeça um pouco de diversão.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Aniversário

Deve ter sido muito emocionante mesmo aquele momento em que o médico me arrancou do útero da minha mãe. Imagino que, aos prantos, olhei para a cara de “mais uma menina” da equipe cirúrgica e fiquei me perguntando por que diabos me tiraram daquele lugar quentinho. Três semanas antes da hora, uma verdadeira crueldade.

Não fosse pela violência com que o ar penetrou nos meus pulmões, eu não teria aberto aquele berreiro e, certamente, minha mãe e o pessoal do hospital ficariam preocupados. Já ouvi falar que, quando o bebê não chora, começa a apanhar do médico. Deus me livre. No meu caso, tudo deu certo. Pouco tempo depois, estava no colo da minha mãe, que devia estar mais emocionada que eu, com certeza.

Depois disso, todo 8 de julho virou dia de festa para mim. Bom, mais ou menos. Não me parece muito festivo estar atolada de coisas para fazer. Se eu soubesse como era essa coisa toda, tinha ficado na barriga da minha mãe. Ou não.

Na verdade, quem merece os parabéns mesmo são os meus pais. Foi a vida deles que mudou radicalmente depois que eu nasci. Fico um pouco frustrada de não ter conhecido minha mãe e meu pai antes de a gente se tornar uma família. Mais emocionante que nascer é tomar a decisão – voluntariamente ou não – de botar alguém no mundo.