Há vários tipos de primeira noite. Primeira noite que você beija na boca, que você sai sem hora para voltar, que você dorme com alguém ou morre de chorar pelo toco que levou. Há também a primeira noite em um lugar totalmente estranho ou a primeira noite em que você dorme em casa depois de muitos dias longe da sua cama. Todas têm algo de novo, especial.
Semana passada, eu tive a minha primeira saída noturna desacompanhada. Desacompanhada mesmo, sem ninguém para ligar na hora de ir dormir ou mandar uma mensagem dizendo que a música está ótima, mas que a saudade está apertando. Depois de meses, você chega em frente aquele lugar super badalado, que você adorava, e se depara com um grupo de 30 senhoras embarcando em uma excursão para Caldas Novas.
- Amiga, o que aquele pessoal está fazendo aqui?
- Ai, não sei. Mas vamos entrar logo. Se for ruim, a gente não volta mais.
Nada de filas, a demora para entrar se deve a um atrapalhado atendente que demorou 15 minutos para conferir o nome de 20 mulheres em uma lista de cortesia. Nessa hora, estamos eu, minha amiga e as 20 mulheres no local. Uau. Ainda bem que eu não vim aqui para paquerar.
Você vive aquela fase em que ainda não sabe direito o que fazer com as mãos, os braços, as pernas, não sabe se dança ou se escora no balcão. Se não sabe nada disso, imagina se vai se atrever a lançar algum olhar malicioso. O máximo é olhar nos olhos do balconista para que ele entenda a sua vontade de conseguir um copo de vidro, e não de plástico.
Depois de um tempo, você já nem está mais tão assustado assim. A música é mais ou menos a mesma e o banheiro continua tendo filas, nas quais mulheres bêbadas pedem misericórdia para que as da frente se apressem ao fazer xixi. Nada de estranho. Você até resolve dançar com alguém.
- Você é de Brasília mesmo?
Não, não sou. Sou paulista e venho todos os meses especialmente para esse lugar. Por que será que todo mundo me pergunta isso?
- E o que você faz?
- Sou jornalista. E você?
- Faço Direito.
- Hum.
- Você vem toda semana aqui?
- Não exatamente...
- E o que você faz?
- Sou jornalista, e você?
- Faço Direito.
Quando o terceiro me respondeu a mesma coisa, achei que era pegadinha. Mas o pior mesmo foi o quarto, que podia até fazer Direito, mas não conseguia sequer conduzir a dança de tão bêbado.
- E aí, amiga? O que você achou?
- Ah, divertido. No mínimo.
- É. Tô com fome, e você?
- Um pouquinho.
- Que tal um omelete?
- Adorei!
Nada mau para uma primeira noite.
terça-feira, 9 de junho de 2009
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3 comentários:
mas vc não é de brasília, carol!
tem que paquerar quem guarda o ouro: o cara do balcão que guarda as cervejas!!kkkkk
Seja bem vinda ao clube amiga!
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