domingo, 14 de novembro de 2010

Do sexo e sua volatilidade

Engraçado essa coisa de sexo casual. O sujeito te paquera, vocês se beijam e, menos de três horas depois, suas roupas estão jogadas pelo chão da quitinete. Olhos nos olhos, aquele ardor dos romances épicos, suados, abraços calados, cortados apenas pela respiração ofegante. Tudo tão íntimo. Exceto, é claro, pela barreira de látex, porque você é romântica, não louca.

Mas o bicho pega mesmo depois que os hormônios já se aquietaram. É quando rola aquele constrangimento, será que eu vou atrás da minha calcinha ou fico aqui olhando para o teto? Sim, porque acaba de nascer um muro de Berlim entre você e seu amante. Aquele desejo de grudar no outro já era, se perdeu no éter, aproveitou o orgasmo para viajar a uma galáxia distante.

E aí os dois se lembram daquele compromisso amanhã cedo, acho que vou para casa, melhor ir dormir, andei gripado, sabe como é... Vocês se abraçam com a intimidade de dois mascates, rola aquele "se cuida" e você sai apressada, meio sem graça até. Chega em casa como refugiado de uma guerra sem vencedores. Parafraseando o Xico Sá, no tempo do ficar, nada fica, nem o amor daquela rima antiga.

E acaba se conformando, porque a vida moderna é assim mesmo, e, vamos lá, você está com a pele melhor, o cabelo bonito e uma disposição de dar inveja nas suas amigas.

Mas que é estranho, isso é.

4 comentários:

Paulinho Mesquita disse...

do lado masculino fica a mesma estranheza, mas outras dúvidas...

é... disse...

Talvez existam pessoas q pensam diferente...

Anônimo disse...

Concordo com o Paulo tbm! é estranho sentir essa frieza e se contentar só com o calor dos momentos. Há quem pense diferente...
mas esse é o tal mundinho moderno que impuseram-nos!

Fazia tempo que nao passava aqui, voltarei mais. bjos!

Viver e Viajar disse...
Este comentário foi removido pelo autor.