sábado, 30 de outubro de 2010

O efeito latente

Se tem uma coisa que o cérebro faz com maestria é deixar a gente pensar coisas idiotas. Não adianta todos os sinais indicarem que o caminho A é o melhor, sempre vai ter uma parte "burra" da nossa cabeça lamentando o fato de o caminho B ter ficado de lado.

Outra coisa lamentável é o que um professor da faculdade me ensinou ser o efeito latente. Acabei de dar uma "googlada" no termo e achei uma infinidade de páginas sobre o budismo. Nada espiritualizada, vou falar do que aquele professor descreveu como efeito latente - e que hoje me parece mais um efeito inconveniente.

Acontece quando, sabe deus porque, o cérebro apaga as lembranças ruins e fica lembrando só das boas. Sim, no passado a gasolina era mais barata, as crianças brincavam na rua, não havia inflação, aquelas sim é que eram verdadeiras bandas de rock! Ah, como era verde o meu vale.

Falando de relações amorosas, o efeito latente consegue ser ainda mais devastador. Pouco importa o que aquele(a) sacana fez com o seu pobre coração, em uma semana você vai ficar recordando só do dia em que vocês dançaram na sala até amanhecer. E o pior, vai ficar lembrando até do que não aconteceu!

Aí, companheiro, controle a emoção, porque o efeito latente vai se juntar à malvada ansiedade. E você vai ter náuseas só de pensar que viu o carro do sujeito(a) passar pelo seu no Eixão. Vai tremer inteiro cada vez que o celular tocar. Será ele(a), ligando para dizer que tudo não passou de um engano, que deixa isso pra lá, vem pra cá, o que é que tem?

Graças a deus, ou ao diabo, essa coisa toda tem prazo de validade. Pode ser uma semana, um mês, um ano, ou aqueles dois dias que você conseguiu ficar sem beijar na boca. Se ninguém morre de paixão, de saudade, menos ainda de efeito latente.

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