quarta-feira, 22 de abril de 2009

Mocinha

Eu - Mãe, te contei? Vou declarar imposto de renda esse ano.

Mãe - Jura? Que orgulho!

Eu - Não, mãe. Não é para ficar feliz. É uma notícia triste.

Mãe - Ah, hum. Tá bom. Mas eu me senti mais ou menos como no dia em que você ficou menstruada pela primeira vez.

Vai dizer, minha mãe com certeza alegra a minha vida vicentina.

De onde surgem as estrelas

É engraçado o processo de “batismo” das coisas. Você tem um produto, um livro, uma marca, uma empresa, uma banda e precisa de um nome bem bacana para se vender à sociedade. A coisa começa com o que os entendidos no assunto chamam de “brain storm”, geralmente uma conversa muito doida, onde brotam asneiras e, com sorte, uma idéia genial.

Bem, nem sempre tão genial. A revista mais lida do país, por exemplo, chama-se Veja. O que eu acho uma bobagem. O mesmo nome de um famoso limpador de pisos. Todo mundo já usou o Veja para tirar aquela marca de sapato sujo do chão ou limpar o xixi do cachorro.

Certo é que a maioria dos nomes famosos são curtos, sonoros e, quase sempre, não têm muito a ver com o produto em si. Aí surgem os nomes de família, os estrangeirismos e coisas do tipo. Todo mundo já fez compras do Carrefour e está doido para que o Iguatemi seja inaugurado, não é mesmo?

Coisa parecida acontece com os carros. A italiana Fiat não perde a oportunidade de mandar uma palavra bem ao estilo da mama, como Uno, Palio, Siena... Na Volks, eu adoro o nome Fox, raposa em inglês. Mas confesso que fiquei um tanto frustrada ao saber que o nome do carro era para ser Tupi, uma vez que foi criação brasileira. Tudo bem, Fox é até mais robusto, mas nada como valorizar a cultura nacional.

Agora, o mais interessante ocorre nas artes. Não sei se é o espírito criativo e revolucionário, mas na música, por exemplo, é possível quebrar todas as regras e condições. Sua banda pode ter o nome mais bizarro do mundo, não importa. Vai cair no gosto do público por razões que a própria razão desconhece e que, muitas vezes, nada têm a ver com a qualidade musical.

Alguém aí iria ao show dos Paralamas do Sucesso? Assim, sem conhecer nadinha do grupo? Eu não. Muito menos ao show do Biquíni Cavadão. Fala sério! Isso sem falar nos ingleses, americanos, escoceses que adoram ser “The” alguma coisa. Fico no mínimo curiosa para saber por que uma melhores bandas de rock de todos os tempos se chama The Doors. Os Portas! Não dá para acreditar.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Essa tal produtividade

Um dia você fica adulto e começa a trabalhar, assim, como adulto mesmo. Oito horas por dia. Até aí, tudo bem. Você consome oito horas de um dia que deve ter umas 16 horas úteis. Nas que você não está trabalhando, está indo à academia, ao dentista, ao médico, fazendo um cursinho de inglês, uma pós-graduação, lendo, almoçando, indo ao cinema, saindo com os amigos e dando atenção ao namorado, ao pai, à irmã, à mãe, à vó, a moça que trabalha na sua casa e à que já trabalhou, mas que sempre liga para pedir aquela ajudinha.

Aí você fica um pouquinho mais velho, começa a enforcar aquelas duas horinhas do almoço para ficar no escritório “adiantando” algumas coisas. Sim, porque você não vai perder duas horas preciosas de um dia que só tem 24, mas que deveria ter, no mínimo, 30. E quanto mais você tenta “adiantar” as coisas, mais elas ficam atrasadas. Aí você pensa que é assim com todo mundo, mas que tem que dar um jeito, porque essa história de não ter tempo para nada é coisa de quem não sabe se organizar.

Aí você começa a sair do trabalho muito depois da hora que deveria sair e muito, muito mesmo, depois da hora que entrou. Parabéns, sua mesa de trabalho virou sua janela de comunicação com o mundo. Seus amigos reclamam do sumiço, o namorado pergunta quando você terá um tempo na agenda, o pai pergunta se você ainda mora em casa e o cachorro nem se levanta para te receber na porta. Olha com aquela cara de “hum, você tem cara de pensionista.” Até aí, tudo bem. O companheiro, a família, o professor da academia, o cachorro, todos gostam de você. Compreendem seu momento.

Mas aí chega o dia em que você chega em casa depois que a padaria fechou. O estabelecimento comercial mais dinâmico do bairro está fechado. Significa que você, agora sim, alcançou o limite máximo da produtividade. Máximo? Bem, o próximo passo é sair de casa antes de a padaria abrir...