segunda-feira, 13 de abril de 2009

Essa tal produtividade

Um dia você fica adulto e começa a trabalhar, assim, como adulto mesmo. Oito horas por dia. Até aí, tudo bem. Você consome oito horas de um dia que deve ter umas 16 horas úteis. Nas que você não está trabalhando, está indo à academia, ao dentista, ao médico, fazendo um cursinho de inglês, uma pós-graduação, lendo, almoçando, indo ao cinema, saindo com os amigos e dando atenção ao namorado, ao pai, à irmã, à mãe, à vó, a moça que trabalha na sua casa e à que já trabalhou, mas que sempre liga para pedir aquela ajudinha.

Aí você fica um pouquinho mais velho, começa a enforcar aquelas duas horinhas do almoço para ficar no escritório “adiantando” algumas coisas. Sim, porque você não vai perder duas horas preciosas de um dia que só tem 24, mas que deveria ter, no mínimo, 30. E quanto mais você tenta “adiantar” as coisas, mais elas ficam atrasadas. Aí você pensa que é assim com todo mundo, mas que tem que dar um jeito, porque essa história de não ter tempo para nada é coisa de quem não sabe se organizar.

Aí você começa a sair do trabalho muito depois da hora que deveria sair e muito, muito mesmo, depois da hora que entrou. Parabéns, sua mesa de trabalho virou sua janela de comunicação com o mundo. Seus amigos reclamam do sumiço, o namorado pergunta quando você terá um tempo na agenda, o pai pergunta se você ainda mora em casa e o cachorro nem se levanta para te receber na porta. Olha com aquela cara de “hum, você tem cara de pensionista.” Até aí, tudo bem. O companheiro, a família, o professor da academia, o cachorro, todos gostam de você. Compreendem seu momento.

Mas aí chega o dia em que você chega em casa depois que a padaria fechou. O estabelecimento comercial mais dinâmico do bairro está fechado. Significa que você, agora sim, alcançou o limite máximo da produtividade. Máximo? Bem, o próximo passo é sair de casa antes de a padaria abrir...

6 comentários:

ana ribas disse...

esqueceu de falar que eu tb fico perguntando qnd vc vai ter um tempo pra mim!!!=[
hahahahahaha

Paulinho Mesquita disse...

eu tb. tu tá me devendo uma visita há uns 5 meses...

mas chegar em casa depois d padaria fechar já virou banalidade. Agora, sair antes dela abrir... pelamordedeus! só se for em caso de ir pro aeroporto pegar avião...

TATIANA SÁ disse...

Adorei o texto e me identifiquei também.
Parabens!

MIRIAM disse...

Tá. Isso é tornar-se adulto. Piora quando surgem (assim, do nada) os filhos, a sogra insuportável, as contas para pagar, reuniões de condomínio... e por aí vai.
Mas cá entre nós, o tempo dispensado para a tal da Mãe nem deveria aparecer, já que ele não existe!!!!

Diego disse...

Larga tudo!! E vamos morar todos na praia, ou no campo, ou sei lá onde... onde nem tenha padaria!

PS: tem alguém me devendo cerveja..

Diário Virtual disse...

Se nada der certo... viro hippye... heheheh!